No limiar do terceiro milénio da nossa era a célebre expressão de Leibniz, “Musica est exercitium arithmeticæ occultum nescientis se numerare animi” (A música é um exercício oculto de aritmética de uma alma inconsciente que lida com números), poderá ser tomada em sentido lato numa concepção contemporânea de arte e ciência. Com efeito, na criação, transmissão e entendimento da música, hoje em dia, como antigamente, verifica-se a existência de um conjunto de relações sonoras e simbólicas que, directa ou indirectamente, poderão ser associadas às ciências matemáticas.
José Francisco Rodrigues