"A premissa de que 'a maior rendimento corresponde maior felicidade' foi posta em crise nas sociedades ocidentais depois de se ter verificado que em muitos países com elevados níveis de rendimento existiam também elevadas taxas de infelicidade, registando-se uma situação que os economistas designam como 'economia sem alegria'. Com efeito, estudos empíricos revelaram que até um determinado nível de crescimento económico, o aumento de rendimento proporciona um aumento da felicidade, mas a partir de um determinado parâmetro de crescimento essa relação desaparece (paradoxo de Easterlin), o que não se deve apenas à redução da utilidade marginal do rendimento ou da riqueza, mas sim a outros factores, de natureza psicológica, que os economistas a partir da década de 50 começaram a tomar em consideração, defendendo que as políticas públicas não deviam basear-se exclusivamente em critérios económicos (Richard A. Easterlin, The Economics of Happiness, Daedalus, 2004, 133, issue 2). No início do século XXI o paradoxo de Easterlin foi posto em causa por diversos economistas, que afirmavam, com base em novos estudos empíricos, que a um aumento da riqueza correspondia sempre um aumento da felicidade - talvez este estudo revele o individualismo que grassa nas sociedades ocidentais."
Suzana Tavares da Silva,
Regulação económica e Estado fiscal: o estranho caso de uma
Regulação económica e Estado fiscal: o estranho caso de uma
relação difícil entre "felicidade" e garantia do bem-estar,
in Scientia Ivrídica, 2012, tomo 61, n.º 328, p. 120
in Scientia Ivrídica, 2012, tomo 61, n.º 328, p. 120