"Estava examinando uma senhora sentada na maca, eu auscultava seus batimentos cardíacos, seus pulmões, observando o murmúrio vesicular, sua natureza, intensidade e ruídos patológicos (roncos, sibilos etc.). De repente, comecei a prestar atenção na minha postura, e pude perceber que estava com a coluna cervical fletida, a região torácica cifótica (flexão anterior), a cabeça inclinada para a esquerda. A mão que segurava o estetoscópio no precórdio da paciente imprimia uma força e estava tensionada, o ombro esquerdo estava elevado e tenso e os ombros fechados. O peso do corpo estava mais sustentado na lateral direita, fazendo uma oposição. A região plantar que recebia o peso era a metade posterior dos pés, região dos calcâneos; era como se tivesse somente os calcanhares, não sentia os dedos e os metatarsos."
M. COSTA, Dançando com o corpo sem órgãos.
In: CALAZANS, J.; CASTILHO, J.; GOMES, S. (Coord.). Dança e educação em movimento.
São Paulo: Cortez, 2003. p. 58-69.