"QUAL é o sentido da vida? Para a maioria de nós, chega uma hora, na vida em que fazemos essa pergunta crucial. Uma morte na família, um grave acidente, ou apenas as devastações da velhice talvez nos obriguem a refletir sobre os motivos de nossa existência."
"No meu caso, isso se deu no verão setentrional de 1930, quando eu tinha apenas seis anos. Eu vivia com os meus pais na cidade de Essen, na Alemanha. Jamais me esquecerei como o meu mundo livre de preocupações foi abalado no dia em que encontrei o nosso querido canário morto na sua gaiola. ‘Como isto pôde acontecer?’, perguntei a mim mesmo. ‘Ele sempre cantava tão lindamente.’"
"Eu delicadamente coloquei a ave morta numa lata vazia e a enterrei no nosso jardim. Mas não consegui esquecer o assunto. Mesmo depois de passados semanas e meses, continuei a meditar sobre a sorte dela, até não mais conseguir conter minha curiosidade."
"Dirigi-me resolutamente para o jardim e desenterrei a lata. Quando a abri, qual não foi a minha surpresa! A ave não mais estava lá. Tudo que restava dela eram alguns ossos e penas. Era só nisso que consistia a vida dum pássaro? Que dizer de nós? O que acontece connosco ao morrermos?"