"As novas formas de vida expuseram os casais a maiores factores de risco. Hoje, como é sabido, pais e filhos saem de manhã cedo de casa, cada um para a sua vida, e só regressam ao fim do dia, pouco disponíveis uns para os outros. A nova vivência familiar trouxe, é certo, ganhos importantes, permitindo o acesso a melhores condições materiais de vida e alargando as possibilidades de realização pessoal e de conquista de espaços de liberdade. Mas, forçosamente é também reconhecê-lo, aumentou a vulnerabilidade das famílias e o risco de desencanto com as relações conjugais."
Eliana Gérsão, Transformação social, divórcio e responsabilidades parentais. in estudos em Homenagem a Rui Epifânio, coord. Armando Leandro, Álvaro Laborinho Lúcio, Paulo Guerra. Coimbra: Almedina, 2010. p. 229